sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Tempo de encontrar o tempo....

Como é que nunca temos tempo para nada?
Acabei de ver que durante o ano de 2011 fiz apenas uma postagem no blog... E que foi apenas um poema copiado e colado... Isso significa que ha um ano nao escrevo nada?!
Quando foi que vida se tornou tao corrida que nao ha tempo para o que nos move, para aquilo que nos faz bem? Quando as coisas se complicaram a ponto de que colocar tudo no papel começou a demorar tanto que nao havia tempo?
Acho que foi quando me perguntei em que língua devia escrever o próximo post!!

Bom, celebrando o ano novo, entre promessas que sabemos impossíveis, tentarei resgatar esse habito que tanto me encanta...E estreio na primeira sesta feira 13 do ano, apos uma semana digna de um dia como esse!

Inicio 2012 entre dois mundos. Indo e vindo... E, se para uma pessoa encontrar seu lugar no mundo já é dificil, que dirá em dois!!!

Que o ano que começa nos traga tempo para sermos nós mesmo, e sabedoria para saber o que isso significa!!!

E que venha 2012!!!

sábado, 15 de outubro de 2011

Vinicius de Moraes


Na esperança de teus olhos

Eu ouvi no meu silêncio o prenúncio de teus passos
Penetrando lentamente as solidões da minha espera
E tu eras, Coisa Linda, me chegando dos espaços
Como a vinda impressentida de uma nova primavera.
Vinhas cheia de alegria, coroada de guirlandas
Com sorrisos onde havia burburinhos de água clara
Cada gesto que fazias semeava uma esperança
E existiam mil estrelas nos olhares que me davas.
Ai de mim, eu pus-me a amar-te, pus-me a amar-te mais ainda
Porque a vida no meu peito se fizera num deserto
E tu apenas me sorrias, me sorrias, Coisa Linda
Como a fonte inacessível que de súbito está perto.
Pelas rútilas ameias do teu riso entreaberto
Fui subindo, fui subindo no desejo de teus olhos
E o que vi era tão lindo, tão alegre, tão desperto
Que do alburno do meu tronco despontaram folhas novas.
Eu te juro, Coisa Linda: vi nascer a madrugada
Entre os bordos delicados de tuas pálpebras meninas
E perdi-me em plena noite, luminosa e espiralada
Ao cair no negro vórtice letal de tuas retinas.
E é por isso que eu te peço: resta um pouco em minha vida
Que meus deuses estão mortos, minhas musas estão findas
E de ti eu só quisera fosses minha primavera
E só espero, Coisa Linda, dar-te muitas coisas lindas...